segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Lugar Por Preencher

Sinto falta de algo.
Sinto um vazio em mim.
Assola-me a sombra de um desejo desconhecido por cumprir.
Um desejo de algo ardente, algo nunca sentido mas cobiçado.
Um desejo de loucura, pois de loucura trata o amor.
Vejo-o no dia-a-dia, em todo o lado.
Vejo o seu brilho nas noites estreladas de Verão.
Vejo o seu fogo nas labaredas da lareira no Inverno.
Vejo a sua sensualidade no cair das folhas de Outono.
Sinto o seu aroma nas brisas leves da Primavera.
Ah!
Triste a alma moribunda que não ama!
Triste a alma solitária que não é amada!
Longos vão os dias que em mim me fecho, assombrado pelo negro de estar só, quando no meio de muitos me movo.
Preso na minha própria prisão, amarrado por dúvidas, amordaçado pelo medo, trancado pela incerteza do ser que não é.
Pudera eu ver-te, pudera eu tocar-te, pudera eu abraçar-te e em ti depositar todas as minhas alegrias e amargura, todos os meus medos, inseguranças e desejos.
Ter em ti o conforto que só o verdadeiro amor pode dar, e entregar-me como criança ingénua e inocente, num amor que não sufoca, não prende o livre o livre espírito que há em mim, que me impulsiona a voar, e me ampara quando caio.
Pudera ter em ti o dom do amor nunca vivido.